Ao longo dos estudos sobre a EJA-EPT, evidenciamos que, historicamente, essas modalidades educativas têm atendido fundamentalmente a população mais vulnerável. Esta condição reverberou na instituição de um
aparato legal e ações governamentais insuficientes para garantir uma educação de qualidade emancipatória para jovens, adultos e idosos que ainda não concluíram a educação básica. No marco das lutas sociais é que foram constituídos os avanços para garantir o direito à educação e a afirmação de que os processos formativos necessariamente devem ser balizados pela origem de classe, identidades, cultura e saberes elaborados por esses trabalhadores-estudantes. 

Posto isto, as ações institucionais precisam incorporar as funções da EJA (em particular a equalizadora), visando garantir a seus estudantes, proporcionalmente, maiores oportunidades para igualar as condições de acesso, permanência e êxito escolar. No âmbito da práxis pedagógica, é imprescindível a superação de formações aligeiradas, focalizadas e flexibilizadas para atender unicamente às demandas do mercado de trabalho. Nesse sentido, as premissas da Educação Popular, do pensamento de Paulo Freire e da formação omnilateral constituem um campo fértil contra-hegemônico para balizar alternativas possíveis.

A partir dessas breves considerações finais, convidamos você, cursista, a fazer reflexões escritas sobre o nosso estudo no Memorial da Unidade Temática de EJA-EPT. Para essa importante atividade, seguem algumas palavras de Paulo Freire para nos inspirar e seguir adiante na construção de uma sociedade justa e amorosa.

O fato de me perceber no mundo, com o mundo e com os outros me põe numa posição em face do mundo que não é de quem nada tem a ver com ele. Afinal, minha presença no mundo não é a de quem a ele se adapta, mas de quem nele se insere. É uma posição de quem luta para não ser apenas objeto, mas sujeito também da história.

(Freire, 2019a, p. 53).