Dificuldades de acesso à educação para a classe trabalhadora

E na sociedade brasileira atual, é possível prever quando os filhos da classe trabalhadora mais empobrecida terão direito a apenas estudar até os 17 ou 18 anos de idade? Convidamos você a analisar, a seguir, alguns dados a respeito dessa temática:

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Título: Direito roubados: trabalho infantil e educação
Fonte: IBGE (2022); Child labour in Ghana (2016); Judas Priest88 (2008); Reisen (2017); Rodriguez Hernandez (2014, 2013a, 2013b, 2013c, 2013d, 2013e, 2013f)

Elaboração: Prosa (2025c, 2025d, 2025e, 2025f, 2025g, 2025h, 2025i, 2025j, 2025k, 2025l)

Diante desse cenário, fica claro que não é possível prever quanto tempo será necessário para que, na sociedade brasileira, seja possível que toda a população apenas estude até os 17 ou 18 anos de idade. Portanto, não se pode pensar o sistema educacional apenas para os que já têm esse direito.  

É fundamental compreender essa realidade socioeconômica e lutar por avanços que contribuam para a formação integral da classe trabalhadora, mesmo que em um primeiro momento não seja para todos na plenitude do conceito de politecnia. Faz-se urgente que se garanta para todos a indissociabilidade entre formação intelectual, física e tecnológica e, ao mesmo tempo, a intensificação da denúncia e do combate a todas as atrocidades cometidas contra esses adolescentes, crianças e jovens (Moura; Lima Filho; Silva, 2015).

Nessa perspectiva, coloca-se como possibilidade teórica e ético-política coerente com a realidade brasileira um Ensino Médio que garanta uma base unitária para todos, fundamentado na concepção de escola unitária, omnilateralidade e politecnia, tendo como eixo estruturante o trabalho, a ciência, a tecnologia e a cultura (Ensino Médio politécnico). A partir dessa mesma base, também visa-se proporcionar o ensino integrado aos cursos técnicos de nível médio (Ensino Médio politécnico integrado), ou simplesmente EMI.

Concordamos com Frigotto, Ciavatta e Ramos (2005) sobre o fato de que essa é uma imposição da realidade, mas que atendê-la (do ponto de vista legal) é um problema ético. Entretanto, se o que se busca não é apenas atender a essa imposição, mas mudar as circunstâncias que a produzem, torna-se igualmente obrigação ética garantir o Ensino Médio estruturado a partir de uma base unitária para todos. Por isso, “[...]o ensino médio integrado ao ensino técnico, sob uma base unitária de formação geral, é uma condição necessária para se fazer a ‘travessia’ para uma nova realidade” (p. 43).