Relembrando a importância do contexto social

A sociedade capitalista é constituída por relações sociais desiguais, compostas por classes sociais antagônicas representadas na vida das pessoas e dos sujeitos sociais, tanto no âmbito estrutural quanto no simbólico. A sua continuidade depende de mecanismos de reprodução e manutenção dessas relações. Assim, o capitalismo só pode persistir se a polarização, caracterizada por aqueles que detêm os meios de produção e pelos que não os detêm, estiver assegurada.

Costuma-se perceber essa assimetria entre as classes como algo natural (capitalista x trabalhador; riqueza x pobreza; exclusão x inclusão), no entanto, trata-se de uma construção social. 

card do curso

Título: A Pirâmide do sistema capitalista
Fonte: Prosa (2024a).

Ao naturalizar, considerar banal e corriqueira a assimetria entre as classes, deixa-se de reconhecer que esta assimetria é uma construção social com um objetivo claro: manter os privilégios de uma das categorias em oposição.

Saviani (2007, p.152) revela que “[...] trabalho e educação são atividades especificamente humanas [...]”, já que o que diferencia o ser humano dos demais animais é o fato de que agimos sobre a natureza e não somente nos adaptamos a ela: nós a transformamos, por meio do trabalho, em função de nossas necessidades. O ato humano de transformar “pelo trabalho” se torna mais complexo com o aperfeiçoamento dos instrumentos de produção, das técnicas, dos conhecimentos e do próprio ser humano.

Atente-se às palavras e expressões destacadas nos parágrafos acima, pois se trata de conceitos fundamentais da Educação Profissional e Tecnológica, com base no materialismo histórico-dialético desenvolvido por Karl Marx e Friedrich Engels em meados do século XIX.