A formação humana integral: para onde vai a formação do trabalhador?
No enfrentamento dessas perspectivas de subordinação da educação profissional e tecnológica aos ditames do mercado, propõe-se uma formação humana integral na direção de uma escola unitária com a perspectiva de formação politécnica e omnilateral, com vistas à emancipação do trabalhador. O aprofundamento dos conceitos de politecnia, escola unitária e formação humana integral você verá na unidade temática Trabalho e Educação II.
Gaudêncio Frigotto, por meio de análise densa e crítica no texto “Educação e Trabalho: bases para debater a Educação Profissional Emancipadora” (2001, p. 72) acerca das novas formas utilizadas pelo sistema do capital, em sua crise sistêmica para reorganizar-se e redefinir o mundo do trabalho, alerta para a geração de uma “dupla dimensão – de perigo, risco, violência, mas também de possibilidade alternativa”.
Pautado nessa contradição, Frigotto (2001) chama a atenção para a necessidade de termos a capacidade coletiva de distinguirmos o projeto de Educação Profissional e Tecnológica orientado pelos organismos internacionais e governos conservadores (porta-vozes do mercado), do projeto que se busca construir em diferentes espaços de nossa sociedade, numa perspectiva de emancipação da classe trabalhadora.
Nessa perspectiva, Frigotto (2001, p. 82-83) considera cinco aspectos centrais que caracterizam um projeto de Educação Profissional e Tecnológica centrado numa perspectiva emancipadora:
Título: 5 aspectos centrais que caracterizam um projeto de Educação Profissional e Tecnológica
Fonte: Frigotto (2001, p. 82-83); Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (2021); Agência Senado (2019); Dan4th (s.d.).
Elaboração: Prosa (2024).
Ramos (2003) é enfática em apontar a pedagogia histórico-crítica como contraposição necessária às tendências pedagógicas contemporâneas baseadas no pragmatismo, resgatando o trabalho como o concreto princípio educativo. Caminha-se, nessa perspectiva, na direção de uma formação humana integral que potencialize todas as dimensões humanas e colabore para a emancipação do trabalhador.
Chegamos ao final da unidade temática!
Ao longo desse percurso, discutimos sobre a concepção de trabalho, adentramos ao mundo do trabalho e encerramos dialogando sobre as concepções e projetos em disputa no âmbito da EPT e da formação de trabalhadores e trabalhadoras.
A partir de agora, é muito importante reconhecer-se nessa caminhada e identificar qual lugar ocupamos, o que podemos fazer para avançar e quais horizontes nos movem. Reflita sobre essas questões e anote suas reflexões em seu Memorial. Mas, antes de finalizarmos, gostaríamos que você assistisse ao vídeo final.
Título: Encerramento com professora Alcidema
Fonte: Prosa (2024).
Assim, finalizamos essa etapa com as palavras do grande artista Raul Seixas: “sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só. Mas sonho que se sonha junto é realidade”.
Então, para avançar, precisamos sonhar e agir em mutirão!