O texto escrito por Gaudêncio Frigotto (1983), intitulado “Fazendo pelas mãos a cabeça do trabalhador”, trata das especificidades da relação trabalho-educação na formação profissional, tomando como referência a prática pedagógica do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). No texto, Frigotto se refere ao tipo de formação desenvolvida no âmbito desse setor privado, a pedagogia que a orienta e o mundo do trabalho em que visa inserir o trabalhador.

Frigotto (1983, p. 38) destaca, ainda, que

[...] o trabalho assalariado definido pelas relações capitalistas de produção constitui a base da relação educação e trabalho na educação profissional.

Em grande parte, é o trabalho assalariado que direciona as escolhas dos institutos, campi, escolas técnicas e tecnológicas acerca do tipo de formação que será ofertada para os trabalhadores, nas mais diferentes áreas e suas profissões. Nesse sentido, é importante que você sempre se pergunte para quais áreas e profissões a sua unidade está formando trabalhadores. Ainda, é importante indagar-se sempre o porquê de essas escolhas terem sido feitas. 

É certo que essa orientação, direcionada pelo mercado, utiliza-se de uma pedagogia própria, que busca ajustar e conformar o trabalhador às relações de produção do capital. No entanto, Frigotto (1983) alerta sobre a nossa potencialidade e capacidade de reorientar essa formação para atender aos interesses dos trabalhadores, a partir do trabalho como princípio educativo.

Para refletir: fazer pelas mãos a cabeça do trabalhador

Você chegou a outro momento de reflexão desta unidade temática. Para esta reflexão, é necessário que você faça a leitura do texto “Fazendo pelas mãos a cabeça do trabalhador”, escrito por Gaudêncio Frigotto (1983). Com base nessa leitura e nas suas experiências na EPT, reflita sobre as questões abaixo:

  1. O que significa para você fazer pelas mãos a cabeça do trabalhador?
  2.  Que trabalho estamos ensinando e para qual mundo do trabalho?
  3. Qual pedagogia tem orientado a nossa prática pedagógica?
  4. A quem estamos ensinando? Quem são esses sujeitos, trabalhadores-estudantes da EPT?
  5. Você percebe a potencialidade da educação profissional como uma ferramenta de transformação orientada pelos interesses dos trabalhadores? 
  6. Como se dá essa formação?

Lembre-se de registrar suas reflexões no Memorial ou de seguir as orientações dos seus tutores sobre essa atividade.