O ensino integrado como articulador da teoria e da prática na formação do trabalhador: experimentações e potencialidades

Este capítulo partiu da seguinte questão: “O ensino integrado e a efetivação do trabalho como princípio educativo na EPT: onde estamos?”. 

Buscamos trazer o cenário que compreende a EPT no Brasil em sua historicidade, densamente movida pelas condições sociais de construção da relação trabalho e educação. Foram apresentadas reflexões sobre a importância do ensino integrado e do trabalho como princípio educativo, bem como seus avanços teóricos e as tensões que circunscrevem a formação da classe trabalhadora. Cabe, também, recuperar as experiências exitosas e as potencialidades do ensino integrado.

Ao indagar “onde estamos?”, não há dúvida em reconhecer que o princípio educativo da categoria do trabalho (proposto no ensino integrado) está em curso e buscando avançar nos espaços de contradição do sistema capitalista. 

Alguns movimentos são trazidos como avanços e retrocessos por Moura, Lima e Silva (2015), apesar de todas as resistências traduzidas em legislações, como:

card do curso

Título: Avanços e retrocessos por Moura, Lima e Silva (2015)
Elaboração: Prosa (2024q).

Além disso, podemos lembrar o problema do não aproveitamento dos quadros docentes estaduais da educação profissional e a formação com base na pedagogia das competências, com a intenção de atender rapidamente as demandas do mercado.

Por outro lado, dentre as experiências oriundas dos movimentos sociais, os autores destacam a realizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Há, ainda, os projetos educacionais com centralidade no ensino integrado articulado por projetos sociais contra-hegemônicos dos trabalhadores. Nesse caso, o enfrentamento vai além da adoção de uma política educacional, pois a luta pela terra é conceitual, pedagógica, política e ideológica.

O processo de formação humana unitário e integrado tem a preocupação com a transformação social ao adotar uma pedagogia que valorize a luta e o movimento social. Segundo Moura, Lima e Silva (2015, p. 1077):

[...] na análise dos elementos norteadores da proposta educacional do MST, evidencia-se a centralidade do trabalho na produção da realidade material e intelectual, na produção do conhecimento e da cultura, aproximando-se tanto das proposições de Marx e Engels, no que se trata da concepção de politecnia, quanto da perspectiva gramsciana do princípio educativo do trabalho e da escola unitária.

(Moura, Lima e Silva, 2015, p. 1077)

Para refletir: contexto social e educação

Para refletir sobre projetos educacionais desenvolvidos de forma cooperativa, coletiva, visando novas relações humanas e de trabalho, sugerimos o vídeo "A Educação no Campo e a Pedagogia do MST, a qual traz a Experiência da E.E.B 25 de maio", uma escola do campo que atende a diversos níveis de ensino, das séries iniciais ao ensino profissionalizante, localizada no município de Fraiburgo/SC.

Indicamos também a leitura do Caderno da Educação nº 8, Princípios da Educação no MST, o qual compartilha as experiências e os conhecimentos adquiridos pela prática pedagógica embasada nos princípios educacionais do MST.

A partir destes materiais indicados, desenvolva um relato sobre alguma ou algumas experiências exitosas vivenciadas no seu espaço de trabalho, em relação ao ensino integrado como articulador da teoria e da prática na formação do trabalhador. Lembre-se de indicar as interlocuções presentes na história narrada e como o ensino integrado expressa a perspectiva da formação integral.

Lembre-se de registrar esse relato em seu Memorial ou de seguir as orientações do seu tutor.