Uma formação ampliada, integrada e tecnológica
Título: Integração como princípio de articulação para o trabalho docente na EPT
Fonte: Prosa (2024d).
Cabe ao docente, no coletivo de sua instituição, pensar e propor arranjos curriculares e procedimentos didáticos dentro da concepção de ensino integrado. Ou seja, selecionar conteúdos e estratégias de ensino e aprendizagem que favoreçam a formação integrada, com a certeza de que essa é uma proposta desafiadora à realidade vivida hoje. Da mesma forma, a organização dos processos avaliativos exige essa mesma perspectiva de integração, e, para tanto, cabe a busca por experiências inspiradoras de ensino integrado no Brasil contemporâneo.
Ao defendermos o ensino integrado, cabe o enfrentamento de uma questão fundamental da atualidade, que diz respeito à educação inclusiva, que precisa ser compreendida como estratégia de garantia do direito à educação, posto que a diversidade é uma dimensão constitutiva da condição humana que envolve a alteridade e noções sobre direitos humanos. Assim, é preciso estudar, refletir e debater os enfoques da inclusão e da integração compreendendo as desigualdades e diferenças na EPT em relação a classe, gênero, raça, etnia, geração, pessoas com deficiência, indígenas, comunidades tradicionais, migrantes, pessoas privadas de liberdade etc.
Nesse sentido, a EPT pode apresentar-se como espaço de interação social, de natureza multi e intercultural, contribuindo para e na construção de propostas educativas baseadas na(s) diversidade(s) de pessoas, modos de vida e culturas. Cabe uma necessária atualização dos conhecimentos sobre a legislação brasileira referente à inclusão escolar e o reconhecimento de experiências inspiradoras de combate aos preconceitos e de afirmação dos direitos humanos na EPT, fundamentais para um bom desenvolvimento do trabalho educativo.
Dentro dessa perspectiva integrada e inclusiva, vale a observação do direito à educação na legislação brasileira, com ênfase na Educação de Jovens e Adultos, enquanto uma dívida histórica ainda a ser paga. Claro está que, se tivéssemos uma organização social que não obrigasse os brasileiros a abandonarem as escolas e sim uma política educacional efetiva, essa realidade seria diferente.
No entanto, enquanto esse desafio se apresenta, compete-nos compreendermos a diversidade dos sujeitos que participam da Educação de Jovens e Adultos em diferentes contextos sociais e culturais, o que exige o conhecimento dos processos cognitivos e culturais da aprendizagem dos jovens e adultos, bem como as diferentes possibilidades de materialização dos currículos integrados nos ensinos fundamental e médio da EJA articulada com a EPT.
Essa realidade exige o conhecimento da experiência do Proeja, bem como os procedimentos metodológicos específicos para se trabalhar a aprendizagem em EJA articulada com a EPT. E, enquanto uma realidade bastante específica, são convenientes diferentes propostas de avaliação da aprendizagem que contemplem as especificidades dos sujeitos da EJA e o conhecimento das experiências inspiradoras de docência na EJA-EPT.